PEDAGOGIAS DA CULTURA: ESCOLA DE ESTÉTICA, SEGUNDO BERTOLT BRECHT
Como deveríamos tratar de Estética ao ensinar crianças? Uma dimensão pedagógica da Estética não se limita a analisar as performances artísticas nas obras como refinamento e diferencial, pensa no fundamento perceptivo-cognitivo; na relação de compreensão, fruição e criação; nas angulações do olhar e na organização do imaginário.
Em um pequeno texto, “Escola de Estética“, Bertolt Brecht apresenta uma lista interessante:
“Para desenvolver o gosto nas crianças, é preciso que entrem em uma escola especial onde possam fazer aquilo que se faz com a química nos laboratórios. Elas devem ter máscaras, roupas o objetos para brincar. Elas devem ter móveis para decorar quartos no cenário. Os móveis devem ser de boa e má qualidade, as roupas de diferentes qualidades. Elas precisam ter blocos de construção com peças de épocas diferentes, entre as quais possam escolher. A partir de pequenos moldes devem aprender a planejar jardins e fazer arranjos com flores artificiais. Para a aula de música elas necessitam de gravadores, com fitas de trechos de obras musicais. Elas devem aprender a fotografar e a fazer composições, a moldar e a pintar potes de barro. Elas necessitam de tipografias para compor páginas de livros. De pastas com imagens Kitsch. Precisam ler poemas, e ouvir bons e maus oradores, em discos. Precisam de caixas com objetos de uso nobre, talheres, cartas de baralho.“
Chama atenção no texto a ausência a qualquer referência ou abordagem em termos de conteúdos de ensino; autores, escolas ou movimentos artísticos. A lista de Brecht diz: deixem as crianças se relacionarem com as coisas. Tudo é para a experiência delas. Quem carrega uma bagagem de referências culturais, históricas e científicas fica ansioso por transmití-las nas formas tradicionais da aula. Mas Brecht sussura nas entrelinhas que a ansiedade, nesse caso, é inimiga de uma comunicação verdadeira e sensível com as crianças, e que a vivência delas não é simples assimilação ou recepção-decodificação de informações. Walter Benjamin, no texto Experiência e Pobreza, faz um questionamento demolidor: “Qual o valor de todo o nosso patrimônio cultural, se a experiência não mais o vincula a nós?“
Como deveríamos tratar de Estética ao ensinar crianças? Uma dimensão pedagógica da Estética não se limita a analisar as performances artísticas nas obras como refinamento e diferencial, pensa no fundamento perceptivo-cognitivo; na relação de compreensão, fruição e criação; nas angulações do olhar e na organização do imaginário.
Em um pequeno texto, “Escola de Estética“, Bertolt Brecht apresenta uma lista interessante:
“Para desenvolver o gosto nas crianças, é preciso que entrem em uma escola especial onde possam fazer aquilo que se faz com a química nos laboratórios. Elas devem ter máscaras, roupas o objetos para brincar. Elas devem ter móveis para decorar quartos no cenário. Os móveis devem ser de boa e má qualidade, as roupas de diferentes qualidades. Elas precisam ter blocos de construção com peças de épocas diferentes, entre as quais possam escolher. A partir de pequenos moldes devem aprender a planejar jardins e fazer arranjos com flores artificiais. Para a aula de música elas necessitam de gravadores, com fitas de trechos de obras musicais. Elas devem aprender a fotografar e a fazer composições, a moldar e a pintar potes de barro. Elas necessitam de tipografias para compor páginas de livros. De pastas com imagens Kitsch. Precisam ler poemas, e ouvir bons e maus oradores, em discos. Precisam de caixas com objetos de uso nobre, talheres, cartas de baralho.“
Chama atenção no texto a ausência a qualquer referência ou abordagem em termos de conteúdos de ensino; autores, escolas ou movimentos artísticos. A lista de Brecht diz: deixem as crianças se relacionarem com as coisas. Tudo é para a experiência delas. Quem carrega uma bagagem de referências culturais, históricas e científicas fica ansioso por transmití-las nas formas tradicionais da aula. Mas Brecht sussura nas entrelinhas que a ansiedade, nesse caso, é inimiga de uma comunicação verdadeira e sensível com as crianças, e que a vivência delas não é simples assimilação ou recepção-decodificação de informações. Walter Benjamin, no texto Experiência e Pobreza, faz um questionamento demolidor: “Qual o valor de todo o nosso patrimônio cultural, se a experiência não mais o vincula a nós?“
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