sexta-feira, 27 de abril de 2012

COTAS RACIAIS SIM, POR UNANIMIDADE!

Artigos

27 abril, 2012
Para mim STF criar jurisprudência sobre cotas no caso da UnB tem um lado pessoal


Sérgio Abranches

Ontem o Supremo em decisão unânime e histórica decidiu que as cotas para negros são constitucionais e necessárias. Criou jurisprudência normativa irrecorrível, vinculante, que transcendeu em muito o caso particular em exame. Era uma arguição de descumprimento de preceito fundamental contra o modelo de cotas para negros adotado pela UnB. Tratava-se de examinar se o modelo de política afirmativa para negros usando cotas, ou reservas de vagas, adotado pela UnB era ou não constitucional. Para mim era um caso exemplar, de muitos significados.

Passei boa parte da minha infância, toda minha adolescência e o começo de minha juventude em Brasília. Estudei na UnB. Em Brasília perdi meu pai e um irmão querido.

Frequentei o plenário do Supremo Tribunal Federal, desde meus 10 anos de idade, levado por meu pai, que me queria convencer a ser advogado como ele. Minha mãe foi funcionária e diretora de seção no STF. Assisti a julgamentos inesquecíveis, votos brilhantes de alguns dos maiores ministros que o STF já teve, ao longo de minha vida. Mas confesso que nenhum teve tanto significado para mim quanto o de ontem. Houve votos brilhantes. Houve argumentos importantes. Houve consciência de que se fazia história.

Tive um bom amigo negro, José Luiz, meu vizinho de quadra em Brasília. Era meu amigo, sabia algumas coisas mais do que eu. Gostava dele como gostava de meus amigos brancos. Em Brasília, aprendi, desde cedo, que havia racismo no Brasil e que eu, por algum milagre da consciência ou da alma, era resistente ao vírus social do racismo. Eu enxergava os negros, eu os reconhecia como iguais, mas eu via que a maioria não era igual. Zé Luiz era filho de funcionário, profissional de classe média, como eu. Era menos desigual que os outros negros. Mas para mim era igual e eu admirava muitas virtudes que ele tinha e eu não. Como tenho certeza que com ele aconteceu o mesmo em relação a mim. Éramos pares, não ímpares, como são os brancos e negros deste Brasil.

Uma parte muito importante de mim formou-se na UnB, que está fazendo 50 anos. Já escrevi sobre isso na Veja. Essa formação começou antes mesmo de eu fazer o vestibular. Frequentei a UnB enquanto fazia o colegial e fiz muitos amigos que foram muito importantes para mim naquele período de minha vida e minha formação intelectual e pessoal. Ia quase diariamente à “Colina”, residências de professores, encontrar com amigos na casa de Teca, filha do professor Eudoro de Souza, professor de filosofia grega. Lá tínhamos conversas de varar madrugada sobre política, cinema, música, literatura, jornalismo, artes plásticas. Tive o privilégio de ter feito cursos com Paulo Emílio Sales Gomes sobre cinema expressionista; Jean Claude Bernadet, sobre cinema brasileiro; Gianni Ratto, sobre direção de atores; Maurice Capovila, sobre direção de cinema. Foi com um professor da UnB, José Dias, que fiz curso de português no CIEM (Centro Integrado de Ensino Médio), no qual li pela primeira vez a sério Guimarães Rosa. Nesse curso, escrevi o primeiro conto (Kaos) de uma fieira que escreveria por toda a vida.

Eu fiz a faculdade de ciências sociais na UnB e também meu mestrado em Sociologia. Aprendi naquele campus praticamente tudo o que sei de sociologia e sociologia política, principalmente sob a orientação de Gláucio Soares, por cuja mão foram ensinar em nosso mestrado outros jovens e brilhantes professores, entre eles Vilmar Faria e Antonio Octávio Cintra.

Durante todo o período da faculdade, na qual não tive colegas negros, trabalhei como repórter, para poder sustentar minha vida universitária com autonomia. Também não tinha colegas negros na reportagem. No mestrado, comecei a lecionar na UnB. Cursos de Introdução à Sociologia que, a rigor, deveriam ser ministrados pelos professores com mais experiência e conhecimento. Tive várias centenas de alunos, porque o curso fazia parte do ciclo básico de Humanidades. Talvez um milhar. Tive só um aluno negro.

Usávamos um livro básico de introdução à sociologia, que seguia tipicamente a organização da disciplina no EUA: conceito de sociologia; estratificação social; socialização; relações raciais, e assim por diante. Na turma em que tive esse aluno negro, na aula anterior ao tema das relações raciais, levantei uma questão, como sempre fazia, para ajudar a leitura e a discussão do tema.

– Quais as diferenças e semelhanças nas relações raciais no Brasil e nos Estados Unidos?

Para ajudar, dado que o livro só tratava das relações raciais nos Estados Unidos, sugeri a leitura de um texto de Florestan Fernandes e adicionei uma frase do antropológo Roque de Barros Laraia, cuja perspicácia só perdia para a modéstia: “no Brasil existe discriminação racial, não existe é segregação racial, como houve nos Estados Unidos”. Os alunos me perguntaram se eu ia dar mesmo relações raciais. Eu perguntei por que não daria. Porque outros professores pulam o capítulo, me responderam. Eu arrematei:

– Como pular um dos capítulos mais fundamentais da sociologia brasileira? Como não discutir um de nossos maiores problemas?

Naquela época de ditadura, como lembrou no julgamento do Supremo o ministro Celso de Mello, o governo militar dizia oficialmente à ONU que não havia racismo no Brasil e, portanto, não havia razões para tomar medidas concretas contra a discriminação racial. Eles fizeram o que muitos pedem para fazer hoje: tiraram do censo a pergunta sobre cor. Para esconder a negritude de mais de metade de nosso povo. Vivi muitas ocupações policial-militares do campus da UnB. Muitos confrontos. Perdi, para sempre, alguns amigos e colegas que admirava, nas mãos da repressão e nos caminhos tortos da vida.

Eu tinha 21 anos. Ontem, ao acompanhar a discussão sobre o esforço da UnB para aumentar a presença de negros em suas salas, na minha época tão absolutamente brancas, ficava pensando naquele garoto negro, no dia da aula sobre relações raciais. Todos olhavam de soslaio para ele. Ninguém se atrevia a falar a palavra negro. A presença dele, por inesperada e excepcional, constrangia. Para destravar o debate tive que torna-lo inteiramente visível. Disse-lhe que ele era o único negro na sala. Perguntei se ele conhecia outros negros na universidade, como havia conseguido estar onde ele não deveria estar, pela dinâmica das relações raciais brasileiras? Respondeu que havia pouquíssimos negros na universidade, que seu pai era sargento da Aeronáutica e havia sido transferido para Brasília. Eu nunca lhe disse que seu pai provavelmente jamais chegaria a brigadeiro, embora a Aeronáutica fosse, então, a arma mais aberta ao acesso de negros à baixa oficialidade. Mas a alta oficialidade, nas Três Armas, estava reservada aos brancos.

A UnB avançou. O Brasil tem avançado, embora de forma tortuosa e dolorosa, nesse capítulo das relações raciais. O Supremo, ontem, deu um passo de muito alcance, em nossa luta pela democracia racial. Não pela alquimia da dissimulação, que finge transformar metal barato em ouro. Por ela, racismo se transmuta em democracia racial, autoritarismo selvagem vira democratismo revolucionário. Não, vamos fazer democracia social e racial reais, pela prática da inclusão e da integração.

Para mim, o fato de a ação que fundamentaria talvez a mais importante das decisões de jurisprudência normativa sobre ação afirmativa no Brasil se referir à UnB foi, também, o fechamento de um ciclo. Ciclo que começou ainda no começo da minha juventude, quando via as diferenças que havia entre meus amigos negros e meus amigos brancos. Foi na UnB que comecei a tratar da questão racial no Brasil, a tentar revelar o racismo dissimulado em nossas relações sociais. Foi lá que aconselhamos a um amigo negro, que estudava arquitetura, a aceitar um convite para ir à Suécia e tentar estudar por lá, porque lá, terra de escandinavos louros de olhos azuis, ele teria melhores oportunidades que aqui. Foi e realmente ficou por lá.

Ver a universidade de Brasília querer aumentar a diversidade racial em suas salas de aula, já foi um momento importante para mim. Aquelas salas de aula que frequentei, como aluno e professor, e as que foram a elas adicionadas depois que saí, que eram sempre quase todas brancas, passariam a ter cada vez mais alunos negros. A decisão do Supremo, que para mim encerra um capítulo essencial da luta política e jurídica pelas ações afirmativas no Brasil, tem um significado intrínseco fundamental, mas tem um significado pessoal forte também. Que essa decisão esteja associada ao esforço da UnB pela igualdade de acesso para os negros, fecha um ciclo para mim. Assisti ao julgamento de mãos dadas com meu aluno negro, com meu amigo Zé Luiz e com todos meus amigos e amigas negros, e senti como uma vitória minha também. E quero agradecer a esse aluno e aos amigos e amigas, a oportunidade de ter estado ao lado deles desde aquela época. Me fez uma pessoa muito melhor.http://WWW.ECOPOLITICA.COM.BR

AVALIAR SUA FREQUÊNCIA CARDÍACA(FC)em atividades físicas?


17/12/2009

Autor e Coautor(es)

Cristiane Tabach de Oliveira Duarteimagem do usuário
RIO DE JANEIRO - RJ COL DE APLIC DA UNIV FED DO RIO DE JANEIRO
Marcos Vinícios Pimentel de Andrade

Estrutura Curricular

Modalidade / Nível de EnsinoComponente CurricularTema
Ensino MédioEducação FísicaEsporte: Projetos de formação dos alunos

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula
Compreender o conceito sobre Frequência Cardíaca (FC) e sua aplicação na prática das atividades físicas;
Adquirir conhecimentos básicos sobre aferição da FC: onde aferir e como aferir;
Identificar os tipos de FC e suas aplicações;
Auxiliar os colegas na aferição da FC buscando intergir e socializar os conhecimentos.
Duração das atividades
50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Não há necessidade de conhecimentos prévios para esta atividade
Estratégias e recursos da aula
Caro Professor, nesta aula vamos tratar de temas relacionados à prática da atividade física; os conceitos sobre saúde e suas aplicações na rotina do cidadão. Nesta aula abordaremos um tema onde os alunos deverão identificar e projetar uma prática autônoma de atividades físicas.
Apresentaremos um conceito sobre o cuidado que o aluno deve ter na prática da atividade física e, que ele mesmo pode buscar uma autonomia e controlar a intensidade da sua prática de atividade física através do conhecimento e controle da sua Frequência Cardíaca (FC). Não que isso exclua o professor de educação física, que seria o responsável pelo controle de aula/treino, mas, o aluno deve ter a consciência que é possível que ele identifique e busque se auto conhecer através destas atividades. Isto proporcionará o entendimento que é possível realizar uma forma autônoma de prática de atividade física.
Um dos controles sobre esses princípios mais importante é a verificação do pulso arterial, que pode indicar a intensidade do exercício e a possibilidade do seu controle, dentro de limites que o próprio aluno é capaz de avaliar.
Atividade I - Professor, encaminhe os seus alunos para o local de prática das aulas de educação física. Se possível, leve colchonetes para que os alunos deitem e façam a sua prática.
Inicie o debate fazendo os seguintes questionamentos sobre o tema:
O eles entendem por Frequência Cardíaca(FC);
Já tiveram a experiência de aferir a sua própria FC e, como se realiza essa aferição?
O que é FC máxima e como se calcula?
Quais os principais tipos de FC?
Após esse debate inicial será possível identificar o nível da turma em relação ao conhecimento do tema. Pois bem, nesse momento inciaremos a 2ª atividade, que será:
Atividade II - FORMAS DE AFERIÇÃO DA FC:
Neste momento apresente aos alunos as formas de aferição da FC. A forma mais simples, fácil e direta de verificar a intensidade da realização dos exercícios físicos é através do MONITORAMENTO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA (FC) PELA CONTAGEM DOS BATIMENTOS. Podemos aferir a FC de duas formas:
A - MANUAL:Aferida através de uma pequena pressão sobre locais determinados, tais como:Artéria Carótida;Coração e Artéria Radial
Utilizando-se dos dedos INDICADOR E MÉDIO deve-se colocá-los sobre o local determinado e contar o número de batimentos cardíacos em 15 segundos. Após essa contagem deve-se multiplicar o resultado por 4, a fim, de se saber o resultado completo.
Peça que calculem a sua FC máxima
Exemplo: 
Uma pessoa com 20 anos a sua FC Máxima seria 200 bpm.Isso é importante patra o aluno identificar que caso a sua FC esteja muito próximo do seu máximo é importante saber dosar a atividade.
Ela aferiu numa sessão de treinamento a FC em 15 segundos e o resultado foi de 35 bpm, multiplicando-se por 4 o resultado real seria de 140 bpm. Isso equivale a 70% da FC máxima dessa pessoa, portanto, está numa intensidade segura para a prática da sua atividade física(seria no intervalo entre 60% a 80% da FC máxima)
B - FREQUENCÍMETRO:
Monitoramento cardíaco através de um relógio transmissor e um receptor que afere automaticamente os batimentos cardíacos. OMedidor de Freqüência Cardíaca, também, chamado de Freqüêncímetro é uma ferramenta de grande auxílio na obtenção de bons resultados, principalmente, nas atividades aeróbias. 
Dica I - Se possível leve consigo um frequencímetro para fazer uma demonstração aos alunos do seu funcionamento
Atividade III - Vivenciando a aferição e os tipos de FC:
Nesta parte da aula faremos a a vivência e compartilharemos de algumas experiências relacionadas a aferição e conhecimentos dos proincipais tipos de FC.
Peça aos alunos que deitem, façam silêncio absoluto, fechem os olhos e procurem se concentrar na sua respiração. Sugiro que os alunos expirem em 4 tempos e inspirem em 4 tempos. Faça isso durante , aproximadamente 4 minutos, tempo que será suficiente que eles possam aferir a sua FC repouso. Após esse tempo peça que os alunos afiram a sua FC de forma manual. Peça que se preparem e marque 15 segundos, finalize o tempo e peça que falem o número que encontraram. Peça que multipliquem por 4. esse é o valor fa FC repouso.
Dica II - Repita essa operação mais duas vezes para que os alunos vivenciem a forma de aferição. 
Dica III - Caso haja a possibilidade de utilização do frequencímetro escolha um aluno para utlizá-lo de demonstrar a sua utilização.
Atividade IV - Organize uma atividade denominada “pique cola” onde os alunos deverão correr na quadra fugindo de um pegador.
Dica IV - Troque o pegador para que outros alunos sejam pegadores.
Essa atividade fará com que a FC seja alterada(haverá uma aumento da FC), após uns 4 minutos de atividade encerra-a e peça que todos os alunos aproximem-se rapidamente do centro da quadra, que façam silêncio e, ao sinal do professor afiram a FC de esforço. Eles deverão realizar a mesma operação de multiplicação do valor encontrado por 4.
Após identificarem a FC esforço peça que os alunos caminhem de forma lenta e após 1 minuto o professor pedirá que afiram novamente a FC (FC recuperação); depois peça-os que andem mais 1 minuto e afiram o 2º minuto da FC recuperação.
Dica V -  Nesta aula é bem provável que alguns alunos tenham algumas dificuldades iniciais em encontrar os locais para aferir a FC. Peça-os que experimentem nos vários locais indicados; pressionem os locais de forma suave, pois caso façam de forma mais profunda terão dificuldade em encontrar os batimentos.
Dica VI - Buscando uma maior integração e socialização entre os alunos proponha que organizem grupos de dois/três alunos e realizem a aferição da FC nos colegas. Isso possibilitará que troquem experiências e facilite que o professor esclareça algumas dúvidas.
Ao final da aula reúna todos os alunos no centro da quadra e pergunte qual foi maior dificuldade encontrada para aferir a FC. Caso algum aluno tenha dificuldade repita o protocolo de aferição da FC e os locais de aferição(forma manual).
Recursos Complementares
Referências Bibliográficas:

MARINS, J.C.B. e GIANNICHI, R.S. Avaliação e Prescrição de Atividade Física: guia prático. 3° ed. Rio de Janeiro. Editora Shape, 2003.

MATTOS, Mauro Gomes de e NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física na Adolescência: Construindo o conhecimento na escola. Phorte Editora LTDA. São Paulo, 2002.

Site: http://renatapinheiro.com/frequencia-cardiaca/
Avaliação
O processo avaliativo desta aula será através de perguntas realizadas pelo professor:
Como se calcula a FC máxima?
Como se afere a FC?
Quais os locais no corpo em que podemos aferir a FC?
O que é FC recuperação?
De que forma podemos aferir a FC?
O que é frequencímetro?http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=10779

Tese com avaliação postural(2008)Rede Municipal POA/RS


Dissertacao
Autor principal  LinkMoreira, Suzana
Orientador  LinkOrient.: Souza, Jorge Luiz de
Título  LinkCaracterísticas da postura corporal de escolares da rede municipal de ensino de Porto Alegre
Imprenta  2008.
Descrição física  101 p. : il.
Trab. de conclusão  Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Educação Física. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Porto Alegre, BR-RS, 2008 
Resumo  Sintomas álgicos, de sobrecarga e de alteração da estrutura corporal estão presentes na população adulta e infanto-juvenil. O objetivo deste estudo foi descrever e associar postura ortostática, execução de Atividades de Vida Diária (AVDs), Amplitude de Movimento Articular (ADM) e dor nas costas de escolares. Foram avaliados 430 escolares doensino fundamental da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre – RS, com idade entre 6 e 18 anos. Foi realizada avaliação da postura ortostática, da postura dinâmica (sentar para escrever e transportar o material escolar), teste de Adams, mensurações do ângulo Q, mensurações das ADMs do quadril, joelho e tornozelo, teste de Schober total e lombar, teste de extensão da coluna total e lombar e avaliação da dor. Os resultados mostraram uma tendência dos escolares posicionarem-se anteriormente ao fio de prumo, independente da faixa etária em que se encontravam. A angulação média observada nas curvaturas da coluna foi 28,67º para lordose cervical, 26,47º para cifose dorsal e 24,42º para lordose lombar. (Continua)
 (Continuação) A avaliação do alinhamento horizontal de pontos anatômicos mostrou que estavam alinhados 10,1% dos acrômios, 19,4% das espinhas ilíacas ântero superiores (E.I.A.S.), 20,8% dos ângulos inferiores das escápulas e 42,9% das espinhas ilíacas póstero superiores (E.I.P.S.). O valor médio obtido para ângulo Q do joelho direito foi de 16,20º; e para o joelho esquerdo, 16,60º. O teste de Adams foi positivo em 21,4% com predominância de saliência paraespinhal lombar esquerda seguida de gibosidade dorso-lombar esquerda. Na avaliação da postura sentada para escrever, na qual os avaliados poderiam atingir de 0 a 4 pontos, o maior percentual de escolares obteve um ponto no momento 1 e zero nos momentos 2, 3 e 4 da filmagem. A avaliação sobre transportar material escolar mostrou que 69,2% dos escolares usam mochila e seu peso ultrapassa 10% do peso corporal somente em 9% dos casos. Comparando as médias das ADMs apresentadas pelos avaliados com as divulgadas pela literatura, observou-se que as amplitudes de rotação interna e externa da coxo-femural e flexão plantar do tornozelo do grupo avaliado foram menores. (Continua)
 (Continuação) Os escolares apresentaram o valor médio de 8,01 cm para teste de Schober total, o que estava abaixo do considerado adequado pela literatura. Dor foi referida por 29% dos escolares. A região lombar foi a mais mencionada e a intensidade predominou entre média e fraca. Não foi verificada associação entre dor e peso da mochila. Ocorreu diferença significativa entre os que sentiam e não sentiam dor no terceiro momento da análise da filmagem da posição sentada. A amplitude do movimento de flexão da articulação coxo-femural com joelho direito flexionado apresentou diferença significativa entre os que sentiam e não sentiam dor, sendo maior nos que sentiam dor. Os resultados deste estudo fornecem informações a respeito da postura corporal dos escolares do ensino fundamental das escolas municipais de Porto Alegre. Não foi feita uma investigação com o intuito de verificar o que estava certo ou errado, mas de conhecer melhor os escolares e auxiliar na criação de projetos de educação postural adequados à realidade desta população.http://sabi.ufrgs.br/F/NPBJGVCSBSY3FR5MDS1HXEL6AVS6H1JF5NGHL3P7NMCIQT5ANA-02982?func=full-set-set&set_number=060438&set_entry=000005&format=999

terça-feira, 10 de abril de 2012

http://revistaescola.abril.com.br/testes/direitos-crianca-adolescente.shtml

ACESSE
<  http://revistaescola.abril.com.br/testes/direitos-crianca-adolescente.shtml  >

TESTE

Você sabe a quem recorrer quando percebe que há alunos em situação de risco?

Avalie seus conhecimentos sobre os direitos da criança e do adolescente e verifique se você sabe que caminhos deve percorrer para ajudar os alunos vítimas de violência, maus tratos ou dependentes químicos

“Quem são os donos do cardápio infantil?”


Marco Weissheimer Rotating Header Image

Quem são os donos do cardápio infantil?

Noemia Perli Goldraich (*)
Há 40 anos trabalho como Nefrologista Pediátrica. Não recordo de ter identificado, antes dos anos 90, um único caso de pressão alta em criança que não estivesse relacionada a algum problema grave como doença nos rins, nas artérias renais, na aorta ou a tumores raros. Pressão alta era uma doença de adultos. Era!
Infelizmente, na última década, mais crianças passaram a sofrer de hipertensão arterial, uma doença crônica, isto é, que se arrasta por toda a vida e que necessita de medicação continuada. E qual a causa dessa repentina mudança? Múltiplos fatores podem causar a pressão alta mais comum – também chamada de hipertensão arterial essencial – mas os principais são a combinação de obesidade e ingestão de quantidades excessivas de sal na alimentação.
Antes de seguir em frente, é preciso que se diga que a pressão alta não é um probleminha qualquer. É fator de risco importante para infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (os derrames cerebrais), entre tantas outras consequências. E o resultado da obesidade iniciada na infância é o aparecimento de hipertensão arterial em crianças e adolescentes, de diabetes melito, doenças vasculares como infarto do miocárdio, tromboses, derrames cerebrais e todas as suas complicações.
Bem, mas não é de hoje que o sal está presente na alimentação humana. Então, por que agora estaria prejudicando também as crianças? O problema não é exatamente o sal, mas sim o sódio presente nele e é esse último que causa o aumento da pressão. É aí que entram os alimentos industrializados ou altamente processados. Há muita diferença na quantidade de sal (cloreto de sódio) colocado numa refeição cotidiana preparada em casa e os tais produtos industrializados. Nesses, o sódio está presente, além do sal, na estrutura dos conservantes e aromatizantes, usados para aumentar o período de validade ou para realçar o sabor, resultando em quantidades exageradamente grandes de sódio.
Nesse contexto, é preciso considerar que os hábitos alimentares dos brasileiros mudaram significativamente nos últimos anos. Saímos do feijão, arroz e bife para as comidas congeladas, as pré-prontas, os salgadinhos, os biscoitos e refrigerantes. Atraídas por propagandas fascinantes que prometem um mundo de sonhos em um pacote de salgadinhos ou um pirulito, por brindes-brinquedos e pelas intermináveis coleções, as crianças se tornaram as principais vítimas desses alimentos e passaram a influenciar nas compras de toda a família. Sem entender o que leem ou sem ler o que informam os rótulos, os pais também se seduzem pelos coloridos sinais de adição a anunciar + ferro, + cálcio, + vitaminas. Na verdade, estão comprando gordura, sal e açúcar, crentes de que seus filhos estão sendo bem alimentados. É isso mesmo. Em geral, as fantásticas embalagens coloridas contêm muita caloria e baixíssimo valor nutricional.
Estudos que vem sendo amplamente divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que o brasileiro está ingerindo mais que o dobro de sal da quantidade diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 5 gramas, o que equivale a uma colher de chá. O brasileiro, em média, está consumindo 12 gramas ao dia, o equivalente a uma colher de sopa. Muitos produtos que hoje fazem parte da dieta usual de crianças contêm quantidades exageradas de sal, sem que os pais percebam o perigo. Você sabe que um pacote de massa instantânea pré-cozida tipo miojo contém 5g de sal, que é a quantidade máxima diária recomendada para um adulto? Haja rins para dar conta!
Pesquisa publicada neste janeiro por um grupo da Filadélfia, no American Journal of Clinical Nutrition, uma importante revista da área, mostrou a relação entre o desenvolvimento da aceitação do gosto salgado e uma alimentação complementar, administrada a bebês, contendo amido (batatas, arroz, trigo, pão, bolachas). Foram comparados dois grupos de lactentes: um recebeu alimentação complementar com amido e o outro só comeu frutas em complemento ao leite. A aceitação para o gosto salgado já estava presente aos seis meses nos lactentes alimentados com amido e ausente nos que receberam só frutas. Os lactentes do primeiro grupo apresentaram maior probabilidade de lamber o sal da superfície dos alimentos na pré-escola, bem como de comer sal puro. Assim, segundo a pesquisa, experiências alimentares bem precoces (primeiros meses de vida) exercem um papel muito importante em moldar a resposta ao gosto salgado de lactentes e pré-escolares.
Sabemos que a formação do hábito alimentar se dá desde a gestação até cerca de dois anos de idade. E uma vez consolidado o padrão de gosto, fica difícil mudar. A isso, é preciso associar o padrão de uma infância sedentária em frente à televisão, computador e vídeo games. O resultado tem sido a obesidade. Dados do IBGE mostram que o excesso de peso e a obesidade são encontrados com grande frequência, aos cinco anos de idade, em todos os grupos de renda e em todas as regiões brasileiras. Houve um salto no número de crianças de 5 a 9 anos com excesso de peso ao longo de 34 anos: em 2008-2009, 34,8% dos meninos estavam com o peso acima da faixa considerada saudável pela OMS. Em 1989, este índice era de 15%, contra 10,9% em 1974-75. Observou-se padrão semelhante nas meninas que, de 8,6% na década de 70, foram para 11,9% no final dos anos 80, e chegaram aos 32% em 2008-09.
O tempo de exposição à mídia também vem aumentando. Em média, as crianças ficam mais de 5 horas diárias em frente à TV, tempo superior ao permanecido na escola, que é de 4h30min. Além disso, o padrão das crianças de hoje é acessar varias mídias ao mesmo tempo e em quase todas há inserção de propaganda, ou seja, as crianças ficam expostas a um bombardeio mercadológico. Estudo feito pela Universidade de São Paulo, em 2007, mostrou que 82% dos comerciais televisivos sugeriam o consumo imediato de alimentos ultraprocessados, 78% mostravam personagens ingerindo-os no ato e 24% dos alunos expostos a tais mensagens apresentaram sobrepeso ou obesidade. Já um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde em 2009 identificou que apenas 25% das crianças entre 2 e 5 anos e 38% das crianças entre 5 e 10 anos consomem frutas, legumes e verduras. Guloseimas como balas, biscoitos recheados, refrigerantes e salgadinhos ocuparam o espaço de refeições principais.
E a água? De repente esse bem essencial ao bom funcionamento do corpo humano foi sendo esquecido. Em creches, escolas e hospitais é comum não encontrarmos bebedouros. A água não está franqueada justamente a quem deveria receber estímulo constante para ingeri-la. O estímulo está focado nos sucos industrializados e nos refrigerantes.
E agora, já podemos responder quem são os donos do cardápio das nossas crianças? E quais as conseqüências de seguirmos ao sabor do vento das grandes corporações fabricantes de alimentos? E de não termos controle sobre a publicidade dirigida ao público infantil?
Se o que queremos para nossas crianças não é um futuro de obesos desnutridos, precisamos tomar as rédeas da situação e já. A informação continua sendo a chave-mestra e, pais, educadores e profissionais da saúde precisam saber identificar o que está escrito nos rótulos. Se tomamos tantas medidas para a identificação de pessoas que entram nas nossas casas e nas escolas, porque não adotamos estes mesmos cuidados antes de permitir a entrada de substâncias no nosso organismo e das nossas crianças? Nunca é demais lembrar que bons hábitos alimentares começam a ser transmitidos na vida intra-uterina, que criança até dois anos não deve ser exposta ao sal e que não se deve colocar açúcar em chás e mamadeiras de bebês. Muito menos achocolatados, que contém açúcar e gordura em excesso.
Seguindo orientações da OMS, estão surgindo políticas públicas para redução do sal nos alimentos industrializados, assim como campanhas de esclarecimento ao público. Foram identificadas ações em 38 países, sendo a maioria na Europa. Já o Brasil recém está iniciando algumas medidas nessa área. Em janeiro deste ano, a Anvisa fez recomendações não obrigatórias para a redução, até 2014, em 10% no conteúdo de sal do pão francês.
Também em países europeus, há regras rígidas em relação à propaganda dirigida a crianças. Em terras nativas, dispensam-se comentários. Felizmente a sociedade começa a dar sinais de reação.
Acreditando que um outro mundo é possível, que tal a gente sonhar com uma sociedade em que a saúde das nossas crianças esteja acima dos interesses das megacorporações?
(*) Noemia Perli Goldraich é doutora em Nefrologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), pós-doutora em Nefrologia Pediátrica pela Universidade de Londres, professora-associada do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRGS, nefrologista pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Doenças Crônicas na Infância da Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS.